O uso de ferramentas da internet, em especial das redes sociais, como um
canal permanente de interatividade com o cidadão tem feito parte da
rotina de parlamentares e pode ser um trunfo nas eleições municipais de
outubro, de acordo com senadores ouvidos pela Agência Brasil.
Independentemente de ser ano eleitoral é senso comum que esse é um
instrumento capaz de dar objetividade e foco ao trabalho do político,
seja no comando de prefeituras ou no Parlamento.
O líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (PT-BA), disse que incorporou
ao exercício parlamentar várias propostas de integrantes de sua rede
social. Como exemplo, citou o direito de acesso a informações de órgãos
públicos e a prestação de contas do trabalho desenvolvido como itens
agregados à plataforma de campanha ao Senado em 2010.
Os candidatos ao cargo de prefeito devem estar atentos a esses
posicionamentos manifestados pelos cidadãos na rede, diz o petista. “Ao
contrário da TV e do rádio, a internet é uma qualificadora do caminho de
volta. Nela, há interatividade imediata entre o eleitor e o candidato.”
O presidente do Democratas (DEM), José Agripino Maia (RN), também
destaca o poder instantâneo da rede mundial de computadores. “É uma
ferramenta que deve ser usada como um instrumento de comunicação e
debate de ideias”, disse. Veterano no uso das mídias sociais, ele
ressalta a importância que os comitês das campanhas devem dar à
internet, assim como a TV e o rádio, na formação da opinião do
eleitorado. Para ele, o custo praticamente zero nas campanhas eleitorais
na rede é outro ponto positivo.
O líder do PSDB no Senado, Álvaro Dias (PR), defende o uso contínuo da
ferramenta e não apenas em ano eleitoral. “Só acredito em um bom retorno
da campanha pela internet para quem já a utiliza no seu dia a dia para
conversar diretamente com o cidadão.”
Na semana passada o PMDB, partido que hoje detém o maior número de
prefeituras no país, mostrou a importância que dará na campanha de 2012 a
essa ferramenta. O presidente do partido, Valdir Raupp (RO), apresentou
aos parlamentares a integração de suas mídias sociais – site, blogs,
Facebook, Twitter e Youtube.
O senador e membro da Executiva Nacional do partido, Eunício Oliveira
(CE), por exemplo, já mantém uma equipe só para divulgar sua atividade
parlamentar e o manter informado das demandas de seu eleitorado.
“Somando as minhas redes sociais tenho mais de 60 mil seguidores. No meu
estado, o jornal de maior circulação tem tiragem diária de 18 mil
exemplares”, disse à Agência Brasil.
Desde o dia 5 de julho, os candidatos às eleições municipais de outubro
estão autorizados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a fazer
campanha na internet. Pela resolução do TSE, poderão ser usados sites
dos candidatos, do partido ou da coligação com o endereço eletrônico
registrado no tribunal. A resolução veda a veiculação de qualquer
propaganda paga nesses portais. Também está aberta a propaganda nas
ferramentas das redes sociais desde que geridas pelo candidato, partido
ou coligação.
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