quarta-feira, 9 de maio de 2012

CONSELHEIRO DO TCE É PRESO PELA POLÍCIA FEDERAL

A Operação Lee Oswald, da Polícia Federal, fisgou outro peixe graúdo, José Antônio de Almeida Pimentel, conselheiro do Tribunal de Contas do Espírito Santo, em suposto esquema de corrupção no município de Presidente Kennedy. Segundo a PF, gravações telefônicas mostram o conselheiro negociando com o prefeito Reginaldo Quinta (que está preso) a reabertura de três licitações suspensas pelo próprio tribunal.
As três licitações objeto da negociação entre o conselho e o prefeito ultrapassaria R$ 107 milhões. Uma licitação, reaberta em 10 de abril, é de um trecho do contorno rodoviário e outras duas de pavimentação em Presidente Kennedy.Conforme relatório da PF, toda a negociação foi intermediada pelo procurador-geral de Presidente Kennedy, Constâncio Borges Brandão.
A Polícia Federal, com apoio da Controladoria-Geral da União e do Ministério Público Estadual, deflagrou hoje, 19 de abril, a Operação Lee Oswald, com o objetivo de desarticular organização criminosa responsável por fraudes em licitações, superfaturamentos, desvio de verbas, além de pagamentos indevidos em contratos de serviços e compra de materiais no Espírito Santo. Participaram da operação 230 policiais federais.
A operação consiste no cumprimento de 79 mandados judiciais, sendo 51 de busca e apreensão, além de 13 mandados de prisões preventivas e 15 de prisões temporárias. Todas as 28 pessoas já foram presas. Até o momento foram apreendidos 247 mil reiais nas propriedades do prefeito.
A investigação, iniciada há seis meses, verificou que o líder da quadrilha era o prefeito de Presidente Kennedy/ES. A cidade é a campeã de créditos em royalties do estado, com quase vinte por cento de todo o valor recebido pelo Espírito Santo, o que permite que o PIB per capita alcance padrões superiores aos de países desenvolvidos. Entretanto, o município é o lanterna do ranking educacional no estado e apresenta o quarto pior índice de desenvolvimento humano entre as cidades capixabas, segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PUND.
A grande quantidade de recursos municipais era desviada para os membros da quadrilha. As licitações eram montadas a partir de editais que restringiam a concorrência e eram direcionadas para grupos econômicos previamente escolhidos, que simulavam legalidade do processo. Foi identificado, até o momento, o desvio de cerca de  cinqüenta milhões de reais.
A quadrilha era formada pela sobrinha do prefeito, que acumulava a chefia de três secretarias municipais, além do Procurador Geral do Município, integrantes da comissão de licitação, empresários e dois policiais militares, sendo um deles o Comandante da Guarda Municipal. Um membro da executiva estadual do partido político do prefeito também participava do esquema criminoso.
Os envolvidos poderão responder pelos crimes de corrupção ativa e passiva, advocacia administrativa, prevaricação, peculato, falsidade ideológica, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro, além de crimes específicos previsto na Lei de Licitações (lei 8.666/93).

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