A pobreza maranhense, ou miséria, como queiram, voltou ser notícia em rede nacional.
Dessa vez o cenário de pauperização foi o município de Vargem Grande, exposto em reportagem do Jornal Nacional, da Rede Globo, na semana passada.
As reações foram as mais diversas. Atores políticos do governo e da oposição expressaram opiniões, claro, frontalmente divergentes, mas todas tiveram o mesmo ponto de partida: o fator político como causa (ou não) da miséria do estado.
O secretário de Articulação Político, Hildo Rocha, por exemplo, defendeu através da sua página no Facebook que “enquanto tratarmos a questão da pobreza no Maranhão apenas como uma questão política não vamos conseguir mudar este cenário”.
O grande problema da declaração do secretário é que por mais que se tenha boa vontade é muito difícil separar uma coisa da outra. E se tratando do Maranhão a coisa fica mais complicada ainda, pois as potencialidades naturais e econômicas do estado gritam desesperadamente anunciando que as causas dos nossos péssimos índices socioeconômicos residem historicamente no território da política.
Mas se é a mau política que justifica em muitos casos a pobreza do nosso estado, cabe encontrarmos caminhos para uma outra direção, ou seja, em direção a boa política e aí cabe ao conjunto da sociedade o papel de construir as bases para um grande entendimento a favor do Maranhão.
Se por um lado não fica bem para os políticos ligados ao grupo Sarney quererem se eximir de suas responsabilidades históricas pela atual situação do Maranhão, também não ajuda em nada setores das oposições soltarem foguetes em comemoração a cada reportagem nacional que expõe as mazelas desse pedaço de chão brasileiro. Até porque no governo Zé Reinaldo, falava-se de um empréstimo de vários milhões de dólares, que iriam tirar nosso estado da pobreza, e o que aconteceu? Os milhões de dólares vieram para os cofres do estado, mas a pobreza continuou. O governo Jackson, não se ouviu falar ou praticar uma única ação para ajudar a erradicar a pobreza de nosso estado.
Contudo, há muitas formas de combater a miséria, mas todas elas passam necessariamente pela política, mas política com “P” maiúsculo, sem hipocrisia, demagogia ou apenas sustentada através de retóricas que via de regra só servem para apontar os problemas e erros, sem a devida preocupação de propor alternativas concretas para sairmos da lamentável condição de estado com o menor IDH (Indice de Desenvolvimento Humano) e mais miserável do Brasil.
Uma idéia que funcionou, nos anos 70, no governo Nunes Freire foi a patrulha mecanizada da CIMEC, com o auxílio da Secretária de Agricultura do Estado e a EMATER. A patrulha mecanizada entrava com os tratores e implementos, onde faziam açudes, arravam as terras, em média mínima de cem hectares cada área, a Sec.de Agricultura doava as sementes e com ajuda de um técnico agrícola da antiga EMATER, era feito plantio e posterior colheita, dividindo a produção colhida entre o dono das terras e os colonos (posseiros) ou meieiros como eram chamados. Naquela época não se ouviu falar de fome, de miséria...
Fica o pensamento para a governadora, Roseana Sarney (e aos prefeitos dos mais de duzentos municípios do estado) que prometeu fazer o melhor governo de sua vida, colocar em prática esta simples e necessária idéia.
Com informações de Robert Lobato
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