quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

ELETROCERTO: MAIS UMA "COMPRA PREMIADA" DÁ CALOTE NOS MARANHENSES

A Eletrocerto sequer deveria estar funcionando, pois a mesma não tem documentação que permita.



Após a Comprêmio fechar as portas sem avisar no ano passado deixando centenas de clientes no prejuízo, nesta terça-feira (28) foi a vez da Eletrocerto, no centro de Imperatriz, baixar os portões pouco depois das 10h da manhã quando a Polícia Civil chegou ao local e levou para o 1º DP o gerente identificado apenas por Lucas.

Desde 2011, quando perceberam que poderiam estar sendo lesados, clientes começaram a ajudar a polícia e o Ministério Público. “Em março registramos a ocorrência na delegacia, fomos ao Ministério Público e informamos a situação. Fomos vítimas antes do caso da Comprêmio”, declara Maria Aparecida, esposa de uma das vítimas.


Com vários papéis nas mãos, Maria conta que o esposo Orciane Lopes Pereira pagou em 48 parcelas o consórcio de uma moto. O contrato foi encerrado em dezembro de 2010, quando ele deveria receber o veículo ou o valor em dinheiro, R$ 7.560 (Sete mil e quinhentos e sessenta reais). “Em março de 2011 recebemos um cheque no valor de R$ 7.560 no nome de Sandra Maria Costa Coelho, que é uma irmã da Serlige, a dona da Eletrocerto, que na Receita é registrada no nome de um laranja”, afirma Maria.


Segundo ela, o cheque estava sem fundos. “Voltou e começamos a recorrer à Justiça, procuramos os meios de comunicação e recebemos apoio do delegado regional. (...) Esse Lucas e essa Serlige, em todas as notificações de policia ou da Justiça eles não são localizados para serem citados”, diz a mulher.


Entre as mais de 30 pessoas que lotaram as dependências do 1º DP reivindicando direitos, estava o senhor Iraildo de Jesus Araújo, que calcula um prejuízo de R$ 6.588 referentes ao pagamento de 35 parcelas das 48 firmadas no contrato.


Delegacia


De acordo com o delegado do 1º DP, Fairlano Aires de Azevedo, a Polícia Civil não recebeu nenhuma ordem judicial para o fechamento da Eletrocerto, localizada na Avenida Getúlio Vargas, mas o fez como garantia da integridade física de funcionários da empresa. “Havia um grupo grande de clientes na loja desconfiando que eles poderiam fechar as portas a qualquer momento, como fez a Comprêmio. Mandei trazer o gerente, para ouvi-lo, e as pessoas acabaram vindo atrás quando viram a loja fechar”, diz o delegado.


Ele conta que há muito os clientes procuravam a delegacia para falar sobre a suspeita de calotes e que no sábado de carnaval foi informado que um caminhão fazia a mudança de uma loja de materiais de construção na Avenida Bernardo Sayão, Centro, loja que pertence à mesma proprietária da Eletrocerto. “Ficamos mais atentos à situação e descobrimos que a mudança foi para o estado do Pará. Os clientes ficaram com medo de acontecer o mesmo com a loja da compra premiada”.


O delegado ainda informou que a Eletrocerto sequer deveria estar funcionando, pois, segundo ele, a mesma não tem documentação que permita atuar na área em que estava atuando. O Correio Popular chegou a manter contato por telefone com um número que seria de Serlige Costa, a dona da empresa. A chamada foi atendida por uma mulher, mas depois de nos identificarmos a ligação caiu ou o aparelho foi desligado.

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