Os quatro causídicos são acusados de terem se apropriado do dinheiro obtido em processos judiciais de indenização
Três advogados foram presos e um quarto está foragido em decorrência de uma operação policial desencadeada, no começo da manhã de ontem, simultaneamente, em Fortaleza e na cidade de Trairi, no litoral Oeste do Estado do Ceará (124 Km da Capital). Os quatro vinham sendo ´alvo´ de uma investigação do Ministério Público Estadual (MPE), sob a acusação da prática de crime de apropriação indébita.
Delegada Marta Reis (foto) comandou a operação policial que resultou na prisão de três dos quatro advogados acusados. A quarta indiciada não foi localizada. A investigação do Ministério Público resultou na decretação das preventivas FOTO: KID JÚNIOR
Os advogados Guilherme de Araripe Nogueira, José Eloísio Maranaldo Filho, Manoel Carneiro Filho e Karoline Gondim Lima tiveram prisão preventiva decretada pelo juiz de Direito Fernando Teles de Paulo, respondendo pela Comarca de Trairi Os três primeiros já estão detidos, recolhidos na Delegacia de Capturas e Polinter (Decap), nesta Capital. Já Karoline Gondim não foi localizada. Ela estaria de viagem a Brasília.
Os quatro advogados são acusados de terem se apropriado, juntos, de aproximadamente R$ 631 mil de dezenas de cidadãos daquele Município que recorreram a eles para obter assistência jurídica em processos de indenização. Os quatro indiciados haviam sido contratados pela Prefeitura de Trairi para prestar assistência aos munícipes, suprindo, assim, a falta de defensores públicos. No entanto, conforme o MP, acabaram se apropriando de dinheiro obtidos pelos cidadãos em diversos tipos de causas indenizatórias concedidas pela Justiça. Retinham até 90 por cento do valor das indenizações (como do Dpvat) e, ainda, orientavam as partes a não revelar o recebimento dos valores, como forma de ocultar o crime. O Ministério Público chegou a denominar o grupo de uma verdadeira ´quadrilha jurídica´.
As investigações foram realizadas pelo delegado de Polícia de Trairi, Edmo Leite, em parceria com o Ministério Público. A operação foi chefiada pessoalmente pela delegada Marta Reis e pelo promotor de Justiça Igor Pinheiro.
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